A Associação Homens do Mar da Baía de Guanabara (AHOMAR) tem uma história marcada por lutas e desafios desde sua fundação em 2007. Seu surgimento está intimamente ligado à defesa dos direitos dos pescadores artesanais e à preservação ambiental da Baía de Guanabara, uma das regiões mais importantes não só para a pesca, mas também para a vida e a cultura das comunidades ribeirinhas.

A AHOMAR nasceu como uma resposta à necessidade de organização e representação dos pescadores diante das diversas ameaças que enfrentavam, como a poluição da baía, a especulação imobiliária, o despejo de resíduos industriais e a falta de políticas públicas efetivas para o setor pesqueiro. Desde o início, a associação se destacou pela sua atuação combativa e pela busca por soluções que garantissem a sobrevivência digna das comunidades pesqueiras.

Uma das principais lutas da AHOMAR foi a ocupação pacífica da Baía de Guanabara como forma de protesto e visibilidade para as questões enfrentadas pelos pescadores decorrentes das instalações da petroleiras e petroquímicas na baía. Essa ocupação simbólica representou não apenas a resistência das comunidades tradicionais, mas também a necessidade de chamar a atenção da sociedade e das autoridades para a grave situação ambiental e social da região.

Infelizmente, ao longo dos anos, a AHOMAR também enfrentou momentos trágicos com a perda de associados durante as lutas pela defesa dos direitos e do meio ambiente. A morte de pescadores associados, seja em confrontos diretos ou em circunstâncias relacionadas à violência e à pressão enfrentada pelas comunidades pesqueiras, foi um duro golpe para a associação e para toda a causa que ela representa.

Lamentavelmente, a AHOMAR teve associados que foram vítimas de violência, alguns deles assassinados em circunstâncias trágicas. Essas perdas representam não apenas uma dor imensa para as famílias e para a própria associação, mas também refletem a realidade de vulnerabilidade e perigo enfrentada pelas comunidades pesqueiras em suas lutas pela defesa dos direitos e do meio ambiente.

Os associados da AHOMAR assassinados são lembrados como heróis locais, pessoas que dedicaram suas vidas à pesca artesanal, à preservação da Baía de Guanabara e à busca por justiça e melhores condições de vida para suas comunidades. Suas mortes não apenas causaram impacto dentro da associação, mas também foram marcos tristes na história da luta pelos direitos dos pescadores artesanais e na conscientização sobre os desafios enfrentados por essas comunidades.

No entanto, mesmo diante dessas adversidades, a AHOMAR continuou sua luta incansável, buscando justiça, melhores condições de vida e a preservação dos recursos naturais da Baía de Guanabara.

A história da AHOMAR é marcada por sacrifícios, resistência e determinação, e seu legado permanece vivo como um exemplo de mobilização e engajamento em prol da pesca artesanal sustentável e da defesa do ambiente marinho.